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24/06/2014

Meditação para a Paz na Escola


PROJETO MEDITAÇÃO DA PAZ NA ESCOLA

CRIAÇÃO E COORDENAÇÃO: PROFA E PSICÓLOGA ROSÁLIA MONTEIRO




                                                           

                                                                                                                                                    Justificativa

A NEUROCIÊNCIA DA MEDITAÇÃO
                                           
“A ciência sem espiritualidade é loucura. A espiritualidade sem ciência é fanatismo”
(Thomas Alva Édison - inventor)

A história da meditação (MD) inicia-se na Antiguidade. É praticada  a partir do século II a.C. Os primeiros meditadores buscaram exercícios capazes de funcionar como autoindutores dos estados alterados de consciência (EAC) provocando expansão da percepção havendo várias escolas orientais e ocidentais que seguem as tradições espirituais e propostas mais recentes estruturadas com subsídios da Neurociência e na Psicologia como a Neuromeditação (Monteiro, Rosália, 1994) e a Neuroterapia.

A prática da MD inicia-se com o ato de respirar. A respiração mantém o foco na vida. Prestar atenção à respiração é o início para a tarefa da MD. Assim como a respiração, o Estado Meditativo vem sendo apontado como intrínseco à natureza humana.

A Neurociência vem indicando que a MD, como recurso de aprendizagem e de autotransformação, pode ser praticada desvinculada do simbolismo e do contexto místico-religioso. Wallace (1970) propôs que a MD se qualifica como um quarto grande estado de consciência, além da vigília, sono e da hipnose.

Os estudos científicos propiciaram a definição operacionalizada do conceito de MD através do mapeamento cerebral e pesquisas sobre suas bases  neurofisiológicas (Slagter, et al, 2008; Cardoso, 2009). Isto trouxe confiabilidade; por isso, a MD está sendo praticada em hospitais, clinicas, empresas e escolas em vários países. Estudos investigam a neurofisiologia da MD e seus efeitos clínicos em patologias físicas e psíquicas; distúrbios psicológicos; bem como o desenvolvimento de potencialidades através de técnicas de neuroimagem.  como a  Eletroencefalografia (EEG), Ressonância Magnética funcional (RMf), Tomografia por Emissão de Pósitrons funcional (TEPf), e Tomografia por Emissão de Fóton Único (TEFI), Estimulação Magnética Transcraniana (EMT/rTMS), LORETA (Low Resolution Tomography), SPM 99 (Statistical Parametria Mapping) e Neurofeedback.

Muitos benefícios têm sido apontados e contraindicações começam a ser apontadas e discutidas. Em fevereiro de 2006, houve um grande avanço, pois o NCCAM (Centro Nacional de Medicina Complementar e Alternativa) - órgão ligado ao NIH (Instituto Nacional de Saúde), responsável pelas pesquisas de saúde do governo dos EUA, reconheceu a MD como tratamento complementar a ser usado junto com os tratamentos médicos convencionais.  Em maio de 2006, no Brasil, o Ministério da Saúde baixou portaria incentivando hospitais e postos de saúde a indicarem a MD para os pacientes. Hoje, várias unidades de saúde disponibilizam essa opção na rede pública. Na cidade de São Paulo, o serviço está disponível em 45 órgãos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Estudos da Neurociência e da Psicologia indicam que os processos de aprendizagem decorrentes da MD envolvem: atenção, cognição, percepção e memória. A MD é considerada um estado de consciência diferenciado de outros em bases neurofisiológicas (Jaseja, 2008) identificáveis no EEG. Estudos iniciais sobre MD a consideravam como estado de relaxamento passivo. Porém, estudos atuais, através do EEG, a associam a estados ativos que envolvem a reestruturação cognitiva e de aprendizagem, sendo considerada meio para o entendimento da consciência e dos Estados Alterados de Consciência.  A MD vem sendo indicada como prática eficaz em processos de aprendizagem havendo evidências da alteração da relação estímulo-resposta. No entanto, pouco se conhece sobre os processos neurofisiológicos da MD, (Lutz, A. et al, 2008). Estudos indicam um novo tipo de reposta comportamental após treinamento continuado. A MD tem sido indicada como coadjuvante terapêutico e técnica de aprendizagem a partir de estudos que relacionam MD e EEG , associando-a a diversas áreas cerebrais e sua expansão. Um foco inovador encontra-se na relação córtex pré-frontal e formação reticular ativadora devido à resposta de atenção relaxada promovida durante e após a prática meditativa. Bases neurofisiológicas estão sendo correlacionadas aos vários tipos de EM e variadas técnicas baseadas em estudos de EEG. As leis e princípios do EEG favorecem a mensuração, em tempo real, dos processos neurais da aprendizagem. A MD orienta processos de aprendizagem que levam seus praticantes a intensas transformações neurofisiológicas, cognitivas, emocionais e comportamentais. Da mudança de hábitos condicionados ao padrão luta-fuga-paralisia e comportamentos disfuncionais; propiciando aprendizagem funcional (Lente, R., 2008) consciente para a construção de novos padrões que favoreçam à homeostase e à mente desperta ou Iluminação: desapego, generosidade, compaixão, expansão perceptual, pensamento operacional unitário, hiperacuidade, serenidade, consciência cósmica (Goswamni, 2007).

As descobertas da neurociência vêm favorecendo um novo olhar sobre a
aprendizagem, sobre o ato clínico disponibilizando informações e tecnologia que tornam esses processos bem mais objetivos. A Neurociência Cognitiva, a Neurociência Clínica e a Neuropsicologia vão se tornando indispensáveis à medida que facilitam a ruptura de fronteiras entre profissionais que cuidam da aprendizagem e da saúde mental.

Reconhecer a MD como processo de aprendizagem e coadjuvante terapêutico validados, implica aceitar e reconhecer também um tipo de modelo de mente que difere da concepção teórica ocidental.

Descobertas sobre MD enfatizam que esta propicia a atenção concentrada, a compaixão, criatividade, empatia, paciência, ampliação das percepções, relaxamento psicofísico, imunologia (Davidson, RJ et al, 2003). Este entendimento precisa ser ampliado no contexto ocidental. Parece que a descoberta da neuroplasticidade, da modalização e dos neurônios espelho nos oferece a chave para realização de potenciais humanos mentais e emocionais positivos, desvinculados de rótulos místicos ou religiosos como já começa a acontecer nas instituições educativas, na clínica psicológica e na clínica médica. (Wolman,N., 2002).

“O importante é não isolarmos a meditação do resto de nossa vida, mas permitir que ela
transforme nossos atos. Descobriremos que isso não é tão fácil quanto parece. O ego está bem defendido contra mudança.” (Amit Goswami, Físico e Pesquisador)
Referência: MONTEIRO, Rosália. Meditação e Eletroencefalografia, IPU-,UFRJ, 2011.

Rosália Monteiro :Especialista em Neurociência Aplicada pelo Instituto de Psiquiatria(IPUB)– UFRJ, Pós-Graduada (UFRJ e UGF), Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta, Professora, Pesquisadora da relação corpo-mente-consciência e Meditadora, sendo aluna de Grandes Mestreso como Chagdug Rimpoche, Lama Gangchen Rimpoche, Lama Michel Rimpoche e Dzonzar Khientse Rimpoche.

Meditar é um modo simples e eficaz de promover o bem-estar e a autocura.  As pesquisas da Neurociência e da Psicologia apontam a meditação como uma terapia eficaz no tratamento de doenças físicas, desequilíbrios emocionais e como excelente recurso de aprendizagem para a aquisição de hábitos positivos que favorecem que você se torne uma pessoa mais sinergética e proativa.

O Projeto Meditação da Paz na Escola está inserido no Programa Consciência criado por mim em 1999 e registrado na Biblioteca Nacional sob o número 1669543 e objetiva incentivar desenvolver a Cultura de Paz através de comportamentos pacíficos e ações psicopedagógicas orientadas pela Educação da Paz a fim de contribuir para o desenvolvimento de habilidades; tais como: a atenção focada, a cognição, a memória, o equilíbrio emocional e a convivência social harmônica. Isto favorece a conscientização da não-violência social, a redução e a eliminação do estresse. Neste projeto, as atividades educacionais são dirigidas às crianças e jovens contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes, amorosos e pacíficos.
Ao dar início ao Projeto Meditação da Paz na Escola, o Poste da Paz é “plantando” pela comunidade escolar simbolizando o compromisso de todos em praticar ações que levem à paz inetrna e à paz externa.

Objetivo Geral

             Favorecer o estado de prontidão psicofísica para melhoria da aprendizagem através de práticas de meditação promovendo o desenvolvimento da capacidade meditativa.

Objetivos Específicos

·         Promover práticas de Meditação para alunos do sétimo ano, das turmas 1703, 1704 e 1705, aproximadamente 120 alunos, da Escola Municipal Prof. Teófilo Moreira da Costa.
·         Favorecer a atenção, a cognição e a memória através da melhoria da circuitaria cerebral.
·         Desenvolver o hábito da introspecção favorecendo auto-observação e autoconscientização.
·         Favorecer a convivência social harmônica nos relacionamentos  consigo mesmo, com os familiares e com a sociedade em geral cultivando a gentileza, o respeito e a generosidade.
·         Incentivar a ampliação das perspectivas culturais sobre a Cultura de Paz
·         Incentivar atividades para diminuir a agressividade pessoal e social desenvolvendo comportamentos pacíficos
·         Favorecer comportamentos cognitivos com base na lógica focada na Cultura de Paz
·         Contribuir para a formação de cidadão pacíficos.
·         Incentivar a meditação como ferramenta de aprendizagem da mente para hábitos mais pacíficos.

Método : Neuromeditação

Este método  de meditação integra os conhecimentos da Neurociência, da Psicologia e das grandes Tradições Orientais  a fim de adaptar à Meditação ao modo de vida Ocidental.

Este método foi sesenvolvido por mim com base na visão de um ser humano ético integrado (corpo-mente-consciência - espírito).  O objetivo maior é desenvolver habilidades que favoreçam  a melhoria da aprendizagem e a mudança de mentalidade. As técnicas empregadas resultam da integração de práticas orientais e ocidentais que são aplicadas com a finalidade de ativar, desenvolver áreas cerebrais associadas à aprendizagem; tais como: córtex pré-frontal, giro cingulado, núcleo reticular do tálamo, núcleo geniculado lateral, lobo parietal posterior superior e outras. O processo eletroquímico nessas estruturas do Sistema Nervoso associados são  mais ativados em praticantes de  meditação continuada. Assim, os estudantes que praticam meditação de modo perseverante se beneficiam da neuroplasticidade e da modularização desencadeadas pela atividade meditativa. Isto promove a melhoria  da qualidade na aprendizagem de modo abrangente.

As atividades de meditação serão realizadas nos 15 primeiros minutos da aula quatro vezes por semana coordenadas pelo  professor com treinamento em técnicas de meditação.
Atividades

As práticas dar-se-ão em um ambiente tranquilo através de uma série gradual de exercícios de relaxação psicofísicas, movimentos variados de respiração consciente e exercícios de visualização criativa. Após a atividade, cada aluno escreve sobre suas observações e comenta com o professor sua vivência meditativa se o desejar.

Durante o ano letivo são trabalhados quatro temas de forma bimestral. As atividades pedagógicas de cada bimestre são preparadas em conjunto com a coordenação do projeto e cada turma desenvolve o tema conforme indicações psicopedagógicas para sua faixa etária. Ao final de cada bimestre, os trabalhos realizados por cada turma são avaliados e apresentados em plenários, seminários, festa de confraternização e divulgados em blogs escola  e sites na internet.

Atividade bimestral:

1.      Os pais dos participantes são envolvidos nas atividades através do encorajamento de apoio voluntário, palestras de esclarecimentos e reuniões para informações, avaliações.
2.      Os coordenadores e agentes se reúnem para avaliação, discussão e sugestão das práticas educacionais em andamento.

Atividade semestral:

Durante o ano letivo são programadas visitas educativas a museus, escolas de circo, teatros, órgãos públicos, estações de tratamento de esgoto, parques e outras entidades.

Atividade anual:

Os trabalhos realizados, em turma, são apresentados no encerramento do ano com a presença dos Pais, Amigos, Parceiros, Voluntários, num clima de festa. Isto favorece o aumento da autoestima das crianças e jovens, promovendo a integração da família, comunidade, parceiros e a sociedade e incentivando a autoestima dos moradores.

Os trabalhos artesanais desenvolvidos são vendidos e revertem em fundos para a sustentabilidade do projeto.

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