Como identificar a raiva e a depressão em crianças e adolescentes

06/07/2014

Vivências criativas para a vida consciente ( Resumo)


                                                                        O casaco



Justificativa

A iniciativa de promover a produção de texto como um momento de incentivo à criatividade e a descobertas educativas se efetivou mediante a observação da rejeição, resistência e apatia dos alunos para o ato da escrita. Este fato acrescido da constatação de comportamentos inadequados, deseducados, hostilizadores, agressivos entre alunos e até com professores me fizeram pensar promover uma atividade que possibilitasse mudanças. Assim, procurei integrar o ato de escrever como forma de expressão de vivências do aluno permitindo a percepção de novos aprendizados.
Constatando que esses comportamentos eram decorrentes de ideias preconceituosas adquiridas e de hábitos inadequados provenientes do ambiente familiar ou na comunidade onde vivem, considerei a possibilidade de promover vivências que facilitassem a percepção do preconceito como uma deformação derivada da ignorância e a conscientização para os danos gerados pelas diversas formas de agressividade consideradas por eles como “naturais”. Procurei promover a dinâmica incentivando a percepção e a conscientização de emoções envolvidas no processo de cognição, decisões e escolhas na vida.   Ao mesmo tempo, incentivei atividades que permitissem a percepção de formas de mudanças positivas possíveis na vida prática.
A minha visão, como educadora e psicóloga clínica, contribuiu muito facilitando a realização da proposta. Em minhas práticas educativas, considero o aluno como um ser sensível e ético em processo de formação da cidadania solidária. Focando nestes ideais, passei a oferecer momentos de maior reflexão em diversas atividades nas quais os alunos fiquem mais envolvidos. Para isto, busco recursos que aproximem aluno e professor de modo mais descontraído e alegre. Nestas aulas, é muito importante que reflexões estejam associadas à ação compromissada tanto do aluno quanto do professor.
Na oficina de produção de texto, denominada por mim “Vivência Criativa”, o aluno é convidado a expressar suas ideias e emoções vinculadas, pelo menos, a uma ação compromissada.  De acordo com esta proposta, cada aluno se envolve como pessoa integral (corpo-mente-consciência) a fim de que se mobilize, voluntariamente, para o compromisso com a mudança de hábitos orientados para valores humanitários perenes, tais como: gentileza, generosidade, cooperação, solidariedade.
A partir da vontade de incentivar o ato da escrita como forma de refletir e de comunicar mudanças de ideias e sentimentos decorrentes de uma vivência impactante ou instigante, usei a redação como processo criativo, conscientizador e libertador. Observando os comportamentos inadequados que prejudicavam o ambiente escolar e a aprendizagem constatei que tais comportamentos eram decorrentes de ideias preconceituosas adquiridas. Então considerei a possibilidade de promover vivências que facilitassem a percepção do preconceito como uma deformação derivada da ignorância. A partir da visão do aluno como um ser sensível e ético em processo de formação da cidadania solidária, passei a oferecer oficinas de produção de texto nas quais o aluno se envolvesse como pessoa integral (corpo-mente-consciência).
O elemento catalisador (objetos interessantes, notícias, fatos do dia a dia) facilita a inteiração entre o mundo externo e o mundo subjetivo promovendo o aprendizado através do processo de sensibilização. Esta proposta surgiu a partir da constatação de que a vida nos oferece fatos rotineiros que podem enriquecer nosso aprendizado quando observados com atenção mais focada. O ponto muito enriquecedor é transformar a sala de aula em laboratório vivencial, pois a experiência favorece novas conexões neurais (neuroplasticidade) como fator determinante da efetivação do processo de aprendizagem de acordo com os estudos da neurociência.


                                                     


                                                                                                   
                                     
Objetivos

A oficina objetiva:

1. Produzir textos narrativos com clareza, objetividade e criatividade.
2. Usar a escrita como ato criativo para expressar vivências empregando a Língua Portuguesa.
3. Incentivar a autoestima através do reconhecimento dos próprios valores e potencialidades como ser humano ético.
4. Promover a reeducação de hábitos através da percepção, análise e discussão por meio da autoconscientização.
5. Facilitar mudanças transformadoras positivas para hábitos mentais incentivando atitudes objetivadas para valores humanísticos perenes.
6. Contribuir para a formação de cidadãos mais conscientes, solidários e compromissados com sua própria vida, com o grupo social onde vivem e com o meio ambiente de paz.
                                                     
                                                   
                                                           
Metodologia

Foi utilizado um objeto com características inesperadas para uma sala de aula - casaco velho, desbotado, bem furado e remendado -, a fim de se manter a atenção fixa e favorecer a curiosidade. A dinâmica ocorreu através de uma sequência de ações que os mantivesse atentos, integrados e motivados.
      A oficina realizou-se em 14 etapas sequenciadas e correlacionadas:

1. Ao iniciar a aula, disse à turma que gostaria de compartilhar com eles o presente que ganhara. Abri a sacola lentamente, a fim de provocar curiosidade.
2. Mostrei um casaco velho, com vários furos, rasgado, remendado, já desbotado e com a inscrição “ATITUDE” estampada em vermelho.
3. Coloquei o casaco num cabide pendurado em uma cadeira sobre a mesa.
4. Fiz intervenções perguntando sobre o que pensavam a respeito do dono daquele casaco.
5. As respostas foram escritas no quadro. Os qualificativos atribuídos àquele a quem o casaco pertencera estavam diretamente associados às crenças dos alunos. A adjetivação, em grande maioria, estava relacionada a aspectos derivados de preconceitos, crenças e a aspectos considerados negativos associados à aparência do casaco: mendigo, negro, vagabundo, paraíba, preguiçoso, porco, ladrão, pobre,  medroso etc.
6. O casaco circulou entre os alunos para que o tocassem e procurassem observar as sensações e sentimentos evocados pelo contato com o mesmo.
7. Fiz um convite a quem desejasse vestir o casaco. Um aluno, mais extrovertido, se propôs e realizou a tarefa com bom humor e recolocando-o no cabide.
8. Relatei aos alunos a história do ex-dono do casaco e citei suas características: profissional de nível superior, pós- graduado em análise de sistemas, graduado em duas faculdades, professor, músico, pai de dois filhos, voluntário em ações sociais, generoso e amigo das crianças. Em seguida, perguntei-lhes o que pensavam sobre o perfil do homem e dos adjetivos que estavam expostos no quadro. Os alunos verificaram que haviam determinado o perfil dele pela aparência do casaco e pela ideia que eles têm sobre pobreza.  A relação entre fato e opinião foi amplamente discutida. Os alunos apresentaram argumentações variadas para suas teses sobre o tema da redação: “O casaco”.
9. Convidei a turma à produção de texto e solicitei que escolhessem um dos tipos de narrativa já estudados: crônica, conto, notícia e  história em quadrinhos.
10. Para facilitar a concentração, coloquei para tocar uma das sinfonias de Mozart.
11. Após a tarefa, três redações foram sorteadas por um aluno convidado. Em seguida elas foram lidas pelos seus autores, sendo todos aplaudidos pelos colegas.
12. Os alunos foram convidados a fazerem uma avaliação sobre a atividade.
13. As fotos tiradas do passo a passo da oficina foram exibidas para a turma ao término da atividade.
14. As redações foram corrigidas, comentadas, fixadas no mural da sala e encaminhadas para serem publicadas no blog da escola juntamente com as fotos da vivência.
15. O ex-dono do casaco recebeu as fotos da vivência e os textos produzidos pelos alunos tendo ficado muito gratificado e emocionado.
16. Os alunos do sétimo ano da E. M. Prof. Teófilo Moreira da Costa receberam uma mensagem do ex-dono do casaco elogiando a iniciativa da professora e o excelente desempenho da turma.


                                                             
                                                   




                                                                         
Avaliação

A turma se mostrou interessada, receptiva e intrigada com a proposta inusitada tendo agido de modo cooperativo; no entanto, apesar da estranheza, poucos mostraram rejeição à proposta; outros pensaram que era uma brincadeira. Porém, no transcorrer da atividade, foram se envolvendo até que todos ficaram atentos, questionadores e, na hora da produção do texto, ficaram bastante concentrados no ato da escrita. Os textos foram bem criativos e muitos alunos destacaram a importância de “olhar” com mais atenção para os fatos. Os alunos deram importância à descoberta de que se deve integrar razão e emoção de modo equilibrado evitando agir baseado apenas nos hábitos já aprendidos.
A causa principal para a criação da oficina foi verificar a dificuldade e o desinteresse dos alunos do sétimo ano para escrever textos.
Ficou bem claro que os alunos gostaram da novidade e mostraram capacidade de reconhecer a importância da redação como ato criativo através do qual pode se expressar como pessoa individuacionante permanente em processo de aprendizagem. Um ponto relevante foi a conscientização para o fato de que apriorismos levam a julgamentos, a injustiças e erros.
Dentre as consequências da atividade proposta observei o aumento da capacidade de atenção e de concentração bem como disposição para participar da experiência proposta. Outra consequência foi terem trabalhado de modo mais silencioso, em cooperação discreta e com respeito entre si. Esta atividade vem contribuindo para que a turma se destaque na escola pelo seu desempenho. Muitos alunos têm relatado que a oficina é bastante interessante porque aprendem mais sobre si mesmos e sobre como viver melhor.
Durante a entrega dos textos corrigidos, elogiei o excelente desempenho da turma, evidenciei e corrigi alguns erros atribuindo conceitos pela participação nas diversas etapas da oficina. Os melhores trabalhos foram expostos no mural e no blog da escola.  Alunos que mostraram mudança de atitude foram elogiados e aplaudidos. Para o fechamento, as melhores redações foram lidas e seus autores receberam livros como premiação.
                                                                                                 
Autoavaliação

Procurei manter a atenção e atitude solícita para que todos participassem da atividade.  Incentivei a realização da tarefa de modo afetivo e alegre integrando os alunos mais dispersos e oferecendo apoio àqueles com mais dificuldades. Estive atenta oferecendo o feedback para todas as etapas da oficina. Gostei muito da vivência porque seus objetivos foram alcançados. Senti-me gratificada porque o trabalho foi rico em detalhes, emocionante e surpreendente.
Para realizar esta dinâmica, de modo a incentivar a criatividade e sensibilizar os alunos, contei com a experiência de muitos anos de magistério público e privado nos vários níveis, muita dedicação aos estudos e pesquisas e muitos anos exercendo a clínica como psicóloga. A tarefa foi realizada sem interrupções com determinação e comprometimento para a realização dos objetivos.
O grande aprendizado foi o de que todo aluno e toda turma podem surpreender e mostrar novas capacidades se o educador acreditar na educação e na essência do ser humano e que todo professor sempre é o primeiro a se beneficiar daquilo que ensina se for capaz de perceber, com humildade, que a relação aluno-professor é um contínuo e gratificante aprender a aprender.


                                                                   




04/07/2014

Mantras: Pesquisas em Neurociência



                                                  A contribuição da Escola de Meditação Transcendental
                 
                                             
                                                     
                                                                O que é mantra?
                                   

                             O que acontece com o cérebro de quem recita mantras?
         

Meditação Vipassana com presidiários na Índia







É possível promover  a reeducação através da meditação?








Meditação






                                                  O que é meditar?

                                                   Por que meditar?


                                    Quais são os benefícios da meditação?


                                   Qualquer pessoa pode meditar?




                                                           Como meditar


                                                         Lama Michel Rimpoche

O que é mandala?

                                                                                                       

                                                                   Rosália Monteiro

          O processo de construção de uma mandala é uma forma de meditação constante. Há mandalas feitas com areia coloridas originárias da Índia. São divididas em quatro partes e funcionam como exercício de meditação e contemplação. A arte da mandala, no Budismo, é uma forma de  preparar meditadores principiantes para o estudo do significado da iluminação ( liberação de todo tipo de  sofrimento e conflitos  humanos).


                                                         


   
            No processo da construção de uma madala, a arte transforma-se numa experiência transcendental (espiritual ou religiosa) e a experiência espiritual transforma-se em arte. Depois de construída, a mandala  torna-se  uma construção extremamente colorida e harmônica. Após sua apresentação, é desmanchada; a areia é depositada, geralmente, na água ou soprada no espaço. Esta prática favorece o treinamento para o desapego.

                                         Quais os benefícios da arte da Mandala?      

             Desenhar ou pintar mandalas pode funcionar como forma de psicoterapia, como meditação ou como uma atividade psicopedagógica, pois favorece a  geração de  novas conexões cerebrais e promove  melhoria das redes neurais envolvidas com processos de aprendizagem.

            Trabalhar com mandalas é uma  vivência muito eficaz porque conbribui para a neuroplascidade trazendo  muitos benefícios:  desenvolve a atenção, favorece a concentração; acalma a mente, fortalece a capacidade de memorização,  facilita a aprendizagem de hábitos mais positivos como a paciência, a organização e a disciplina. Quando a mandala é praticada com perseverança e continuidade, sendo associada a outras práticas de meditação, pode  promover  estágios mais avançados de consciência.



                                                           
   

       Mandalas realizadas pelos alunos da Escola Municipal Prof. Teófilo Moreira da Costa - RJ